Recife


Pernambucana, nasceu na capital conhecida como Veneza Brasileira. Era a filha mais velha entre os irmãos Neide, Fausto e Edna. 

Companheira das brincadeiras de infância e travessuras de adolescente, sua irmã Neide era defendida por ela com unhas e dentes. Uma vez chegou a quebrar uma régua de madeira na cabeça de um menino que havia provocado sua irmã. Detalhe: ela correu atrás do menino dentro da sala de aula com a professora presente. O caso acabou na direção. Neide também a defendia.

Essa era uma entre tantas recordações das duas quando se encontravam já na melhor idade. Na foto ao lado estão ela (Marluce) à esquerda e a irmã (Neide) à direita com a mãe Maria Anunciada.

Juntas lembravam muito também da avó materna chamada Mãe Neném.  Ela era espanhola e não informava seu nome nem para os familiares.  Enfim, a mãe Neném era uma segunda mãe (como toda avó) que dava orientações e broncas sempre pensando no bem das netas. As lembranças das broncas eram muitas também...

Mamãe contou que uma vez um moço foi arrumar o telhado da casa e achou várias cordas que ela havia atirado lá pra cima. Essas cordas eram da mãe Neném para usar nas netinhas em caso de desobediência e, claro, que eram capturadas no primeiro descuido e cochilo dela. A mãe Neném ficou surpresa ao descobrir onde haviam parado as cordas “desaparecidas”.

A grande paixão da infância da mamãe era o seu Tio José de quem guardava muitas recordações. Se lembrava da maneira carinhosa de que ele a tratava e de que não queria mais voltar para casa quando estava na casa dele, por isso, sua mãe tinha que ir buscá-la toda vez.

Na foto abaixo os irmãos prontos para o carnaval. Da esquerda para direita: Fausto,  Marluce, Neide e Edna (menorzinha) ao lado da Mãe Maria e, ao fundo, a avó Mãe Neném.


 Na primeira comunhão: Neide e Marluce
 

 Apesar da infância e adolescência simples, eram as lembranças alegres que predominavam.

Da infância, lembrava com alegria do fogãozinho de barro que tinha para brincar ou das bruxinhas de pano costuradas à mão.

Na adolescência lembrava de um baile que estava louca para ir e não tinha roupa. Então, sua irmã Neide não teve dúvidas: tirou suas moedinhas do cofrinho e comprou um tecido e costurou vestidos para as duas irem ao baile. Foram as duas de par de vaso.

Ela adorava ir aos bailes (mesmo escondida da mãe). Uma das lembranças de um baile foi quando ela estava dançando com um rapaz e vê sua avó e mãe chegando para buscá-la e vestidas com capa de chuva e lenço na cabeça. Ela não teve dúvidas: saiu correndo e deixou o rapaz sem entender nada no meio do salão. Às vezes, era a sua irmã Neide que ia atrás dela também.

Ainda adolescente conhece seu primeiro Marido: Adalberon.  Se casa com ele aos 16 anos e tem os filhos: Carlos, Alexandre, Roseanne, Felipe, Ricardo, Valério e Roberto.

Sempre se lembrava do parto do primeiro filho feito em casa pela parteira com candeeiro porque não havia luz. Aliás, lembrava-se de todos os partos (coisa de mãe) e dizia que nenhum era igual ao outro. Do Ricardo, por exemplo, dizia que foi um parto abençoado e que combinava com a forma de ser do filho. Do Alexandre a recordação do filho que mais mamou no peito (até os 3 anos de idade).

Depois de muitas decepções e sofrimento, a separação é inevitável e ocorre na década de 60.

Sem apoio e oportunidades em sua cidade vai trabalhar no Rio de Janeiro.
 

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